A Autenticidade e a Transparência na Rede são dois conceitos fundamentais na virtualização das relações sociais. O ciberespaço permitiu relações sociais simultâneas com acesso imediato a qualquer parte do mundo, desencadeando uma nova percepção de espaço, de tempo e de relações sociais. Quem somos nós na rede? Quem são os outros na rede? A virtualização permitiu-nos uma nova modalidade de ser, o virtual. O ciberespaço permitiu, inclusivamente, a construção de múltiplas identidades digitais de uma mesma pessoa.
Contudo, a nossa identidade digital não é mais do que uma parte da nossa identidade pessoal, da qual também fazem parte a nossa identidade pública familiar, profissional, social, etc. Identidades que assumimos de acordo com o contexto em nos encontramos. Neste sentido, a nossa identidade virtual, apesar de ser uma construção própria e constituir uma alternativa da nossa identidade pública, não deixa de ser um prolongamento da nossa identidade pessoal.
O problema que se coloca é quando essa identidade digital é usada para fins menos próprios, camuflando a verdadeira realidade. Como é o caso da criação de uma identidade digital para se fazer passar por outra pessoa, com o objectivo de ganhar algo com isso, aproveitando a inocência dos outros ou denegrindo a imagem de alguém.
No entanto, a Autenticidade e a Transparência na Rede são inevitáveis em determinadas situações. No ensino à distância online, a autenticidade e a transparência são mesmo fundamentais para a criação de um ambiente adequado à aprendizagem, pois facilitam a comunicação, o diálogo e a cooperação entre os membros pertencentes a uma rede. A autenticidade e a transparência, entre os elementos dessa rede, apoiam e orientam inclusivamente os alunos à participação, uma vez que os conhecimentos uns dos outros são visíveis a todos. A troca de informações, de conhecimentos e de recursos desta forma é muito importante, visto que permite os membros dessa comunidade aprenderem.
No que concerne à fiabilidade da informação da rede essa é tão confiável como qualquer outra informação partilhada noutro local. Todavia, actualmente, graças às novas tecnologias, a velocidade com que se circula informação e se produz informação é tão grande que se torna difícil saber qual a sua origem e qual a sua idoneidade. O conhecimento está constantemente a ser revisto e modificado. Por outro lado, o que hoje é verdade amanhã pode não o ser, encontramo-nos num mundo em evolução constante.
É verdade que, o aparecimento da internet aumentou a possibilidade da fraude, porque o acesso à informação se tornou mais fácil e mais rápido, no entanto esta sempre existiu. Sempre houve informações pouco confiáveis. O importante é saber onde procurar. Há locais mais fidedignos que outros, mesmo na internet, que é um recurso fantástico, uma vez que facilita essa pesquisa. Tudo depende do estudo efectuado e das fontes utilizadas. O fundamental é fazermos uma boa análise, sermos críticos e cruzarmos informações.
Porém, num mundo onde todos os intervenientes são autores, a questão da autenticidade e transparência da informação tem-se tornado um assunto cada vez mais, inquietante, suscitando a necessidade da existência de uma entidade responsável pelo controlo da mesma. Uma entidade que garanta a autenticidade e a transparência das informações, bem como a sua qualidade e o conhecimento inerente às mesmas.
Mas, apesar de, actualmente existir alguma tecnologia que permite efectuar parte desse controlo, esse processo é muito complexo, devido às características inerentes à própria rede. No entanto, embora esse controlo permita a segurança da mesma, este deve ser efectuado de forma imparcial, por uma ou várias entidades, de modo a não limitar a liberdade de expressão dos indivíduos. Contudo, a preocupação principal devia ser a da educação de todos os membros da rede, de acordo com determinado valores éticos, de forma a permitir um uso correcto e responsável da mesma.
Sem comentários:
Enviar um comentário